FORMAÇÃO - Cantores e Instrumentistas


AQUI VÃO ALGUMAS DICAS PARA VOCÊ QUE QUER COMEÇAR A CANTAR OU TOCAR UM INSTRUMENTO NAS MISSAS DA SUA COMUNIDADE. É IMPORTANTE QUE VOCÊ SAIBA QUE EXISTEM ORIENTAÇÕES E QUE DEVEM SER SEGUIDAS.

É SÓ UM RESUMO, MAS O CONTEÚDO QUE SEGUE É ESSENCIAL PARA SUA FORMAÇÃO LITÚRGICA E O BOM DESEMPENHO DE SEU MINISTÉRIO DE CANTOR OU INSTRUMENTISTA!

Para início de conversa!
LITURGIA é celebrar: tornar célebre, dar importância.
Preparar a celebração com carinho. Afinar instrumentos e ensaiar bem!
Um bom ensaio é o “espelho” de uma boa celebração; dá segurança e firmeza no canto. Também dá sintonia entre as demais pessoas envolvidas na celebração.
Preparar a celebração nos ajuda a ‘entrar’ no mistério que vai ser celebrado e também ajuda a levar o povo a sentir o mesmo.

Por que Cantar?
A música é essencial na Liturgia. Expressa a fé, cria clima de festa!
O contato entre o povo e Deus se dá na EUCARISTIA, na PALAVRA DE DEUS ouvida e na participação da Santa Missa, através dos Cantos. Já ouviu falar que "quem canta reza duas vezes"? Isto é verdade! Os cantos (quando bem cantados) tocam o coração das pessoas e fazem que elas entendam melhor as letras dos cantos, através de melodias bonitas. Por isso, os instrumentistas e cantores devem zelar sempre para que haja o mínimo de qualidade, para que o efeito da música na liturgia seja completo.
E, como a Liturgia é uma Festa - celebramos sempre a vitória de Cristo sobre a morte, a sua Ressurreição - temos que nos alegrar! E não existe festa sem música. 

Função e Papel do Canto Litúrgico
- Expressa melhor a oração - Muita gente comenta: "Ahhh.... quando canta aquela música lá na Igreja eu me sinto perto do céu!" É união entre a música e a oração, que faz com que as pessoas sintam isso!
- Favorece a unidade - Que bonito! Na hora do canto, todos cantam junto... sejam crianças, jovens, adultos, idosos. O canto UNE AS PESSOAS! E isso não acontece só na Igreja. Veja o exemplo de um jogo do Brasil, quando se canta o Hino Nacional, todos vibram e torcem juntos! E o Hino Nacional foi cantado, assim como cantamos em todas as missas!
- Enriquece e soleniza a celebração, gerando festa: Não existe nada mais festivo e mais bonito nas celebrações sagradas do que uma assembléia que expressa sua fé e sua piedade por meio do canto. Quando tem o canto e música, aí sim: tem festa!
- Exerce uma “função ministerial”: o canto se transforma quando é usado em verdadeira atividade sagrada. Eleva as almas mais facilmente! O canto é a forma mais simples de penetrar no coração humano e fazer que as pessoas sintam a oração.
- Ajuda a sair de nós mesmos, deixamos nosso individualismo para viver o comunitário. 
Na hora do canto, “EU” faço parte de um “GRUPO”, de uma "ASSEMBLEIA". 
“EU” não sou o “GRUPO”. Faço parte dele!. 
“NÓS FORMAMOS O GRUPO!”. 
Na liturgia, não pode existir só “EU”. Afinal, “EU” nunca celebro sozinho (a), “EU” faço parte da minha COMUNIDADE.

Características do Canto Litúrgico:
Santidade – sua finalidade: glorificação de Deus e  santificação dos fiéis... O Canto Litúrgico está à serviço do Mistério, à serviço da Palavra, à serviço do rito. A canto deve deixar transparecer o que celebramos: Jesus Cristo.
A Beleza da Oração - a Igreja “aprova e admite no culto todas as formas de verdadeira arte, dotadas das devidas qualidades”. “Os cantos e as músicas devem corresponder às legítimas exigências de adaptação e inculturação”. (Sacrossanctum Concilium)
O Texto: o seu conteúdo é bíblico; se a letra não contém frases bíblicas, pelo menos deve ser composta por inspiração em passagens bíblicas; não pode ser ‘moralista’! O canto não serve para dar lições, mas para elevar os corações a Deus.
A Melodia: “linguagem que fala à alma, toca o mais íntimo... arte do tempo e do som, a mais abstrata, por isso a mais espiritual e divina das artes” (Ir. Míria Kolling), deve ser simples mas bela -  a  simplicidade não se opõe à qualidade. Deve favorecer o canto do povo. Deve levar o povo à oração. Deve ser própria para cada momento da celebração.


Então, a música litúrgica deve ser:
fácil e simples;
melódica e não estridente;
de estilo silábico (cada sílaba corresponda à sua nota musical, isso favorece o aprendizado do grupo de canto e o próprio canto do povo)
numa tonalidade que o grupo e o povo consigam cantar;
esteja a serviço da Palavra de Deus;
penetre nos ouvidos e coração do povo para maior oração e verdadeiro encontro com Deus.

O Ministério do Cantor Litúrgico
Nós, cantores, devemos dar valor ao nosso serviço na Liturgia. Nós somos o ponto mais claro da união entre o que acontece o presbitério e o povo, intercalando aquilo que o padre reza e o povo responde. Nós cantamos aquilo que faz parte do Rito da Missa, por isso, temos muita importância na celebração. Deve-se dar valor nesta função litúrgica e tratar com muito respeito já que o canto é SAGRADO! Ter consciência do que é sagrado ajuda na valorização do serviço que fazemos para a comunidade além da responsabilidade e compromisso com Deus. Pessoas que só aparecem em determinados momentos do ano ou só quando estão escalados não devem receber tarefas especiais. Atitudes como estas é sinal de que não compreende verdadeiramente o sentido do seu serviço e quanto é sagrado; nem valoriza, nem respeita  a própria Igreja e os demais ministérios e ofícios.
Para isso, as características que o Cantor ou Instrumentista da Igreja deve ter: 
Disponibilidade, pontualidade, diálogo, bom senso, iniciativa, formação...

Os Cantos da Missa:

·       Os principais: AMÉM, SANTO, SALMO, GLÓRIA, CORDEIRO DE DEUS e ATO PENITENCIAL
Estes são parte do Rito da Missa... sem eles, a missa fica incompleta. A prova disso é que podem ser rezados, quando não são cantados, pois são parte da celebração.

·       Os cantos de procissão: INICIAL, OFERENDAS e COMUNHÃO
Estes servem para acompanhar a procissão de Entrada, a procissão das oferendas e a procissão para comungar. São cantos que ACOMPANHAM O RITO.

· Os cantos opcionais: REFRÃO MEDITATIVO, PROCISSÃO COM A PALAVRA, RESPOSTAS DA ORAÇÃO EUCARÍSTICA, PAI-NOSSO, ABRAÇO DA PAZ, FINAL, etc
- Refrão Meditativo – usado para promover o silêncio e interiorização em determinado momento da celebração (seja antes da missa, antes ou depois das leituras, depois da homilia, depois da comunhão...) Todo refrão meditativo, deve ‘brotar’ do silêncio e ‘voltar’ ao silêncio.
- Abraço da Paz – o grupo deve decidir se canta ou se cumprimentam! As duas coisas ao mesmo tempo não é uma boa escolha. A decisão também vai pelo bom senso.


Para Encerrar: 30 PECADOS DO CANTOR / INSTRUMENTISTA DA IGREJA
1.      Fazer do altar um palco.
2.      Impor sempre seu gosto pessoal.
3.      Cantar por cantar.
4.      “Só toco se for do meu jeito”.
5.      Ir sempre contra a idéia do padre por pirraça!
6.      Escolher sempre os mesmos cantos.
7.      Nunca sorrir. (Liturgia é festa, lembra??)
8.      Usar instrumentos desafinados.
9.      Afinar instrumentos durante a missa.
10.    Tocar músicas de novelas e filmes em casamento.
11.    Colocar letra religiosa em músicas populares.
12.    Nunca estudar liturgia.
13.    Não prestar atenção na letra do canto.
14.    Não ler o Evangelho do dia antes de escolher os cantos.
15.    Cantar forte demais ao microfone. (o que é mais correto: “Eu canto” ou “nós cantamos”? Cadê o povo?)
16.    Volume dos instrumentos acima do volume das vozes. (O que é mais importante dentro da celebração: a letra ou a música?)
17.    Coral que canta tudo sozinho (deve ser porque o povo não veio à missa...?!?!)
18.    Cantar só para exibir-se
19.    Distrair a assembléia.
20.    Não avisar ao padre as partes que serão cantadas. (
21.    Nunca ensaiar cantos novos...
22.    Ensaiar TUDO antes da missa. (que preparação, ein?)
23.    Cantar músicas desconhecidas.
24.    Usar roupa bem extravagante, que chame a atenção.
25.    Fazer de conta que está em um show de rock (isso vale mais pros violeiros e guitarristas! Os tecladistas também!...)
26.    Perder contato com a assembléia (continua todos na mesma Igreja? Cadê a união??)
27.    Músicas fora da realidade.
28.    Fazer o máximo de barulho.
29.    Não ter vida interior.
30.    Repetir no final de cada celebração: “Eu sou mesmo o melhor!” (nem “eu” nem “nós”... se a missa foi boa, cantamos bonito: foi pela graça de Deus e para o bem da comunidade)

E lembre-se:
Nem tudo o que vemos nas missas da TV é o correto para nossa comunidade. Uma das principais normas da Liturgia que é muito esquecida diz que deve-se adaptar a Liturgia à realidade da comunidade celebrante. Nunca COPIE, quanto mais copiar, a qualidade da celebração está ligada à criatividade da comunidade se renovar sempre por ela mesma. (e também ‘toda cópia não tem a perfeição do original’)

2 comentários:

Tarso Dias disse...

Se um dos pecados é cantar musicas desconhecidas pois a comunidade não irá ajudar a cantar, como então poderemos fazer com que os fiéis nos acompanhe nas músicas liturgicas novas necessarias na liturgia do dia?

Anônimo disse...

Entendo que a equipe de cantos devem chegar um pouco antes e ensaiar com a comunidade algum canto novo. Obviamente não todos novos. Ao menos um novo em cada celebração.