ORIENTAÇÕES


Orientações Paroquiais e Orientações da CNBB


ORIENTAÇÕES PAROQUIAIS:

O ESPAÇO LITÚRGICO
1.      A celebração toda se voltará para o Altar, que é o centro do Mistério Eucarístico que acontece na Liturgia. Tudo deverá ser preparado de modo que valorize o altar e a mesa da Palavra.
2.      Na Igreja, o espaço fica livre para crianças, adolescentes e adultos. Separar bancos somente quando for uma celebração especial. Os bancos também poderão ser separados especialmente para as crianças, desde que haja uma equipe formada para cuidar deste espaço. Caso contrário deixar com está.
3.      O espaço reservado à Equipe de Canto será ao em frente o altar do Sagrado Coração de Jesus, para que fiquem mais próximos da assembleia.
4.      O espaço reservado à Equipe de Teatro será em frente o altar de São Sebastião. Mas sejam organizados e não chamem a atenção do povo durante a celebração.
5.       Quando for preciso montar algum “cenário” para a reflexão com as crianças, que seja usado o lado esquerdo do altar.
6.      O uso do datashow fica proibido, pois chama mais atenção que o mistério eucarístico do altar.
7.      O comentarista fica junto a Equipe de canto numa estante. Os comentários da missa serão sempre no início da celebração, logo após a leitura das intenções. Antes das Leituras ou antes das Oferendas serão comentários opcionais.
8.      Os leitores ficam no presbitério, próximos à Mesa da Palavra.
9.      Os Ministros da Eucaristia ficam no banco esquerdo do presbitério.
10.    A Imagem do Menino Jesus usada no momento das oferendas deve ser colocada antes da missa, próximo à mesa da Comunhão.

       Quando houver alguma alteração do Espaço Litúrgico da Celebração, que a equipe se prepare no dia anterior para não improvisar. Não deixar as alterações no espaço para a última hora.

A EQUIPE DE CELEBRAÇÃO
       A preparação e distribuição dos serviços e atividades da celebração serão feitas com antecedência. O dia e horário escolhidos para esta preparação é:
       Sábado, 9h, na Igreja Matriz.
       O Grupo de Canto fará seu ensaio no Salão da Sacristia, sendo acolhedor com novos membros, atento às orientações e ser missionário, convidando sempre mais crianças e jovens.
O Grupo de Leitores fará sua preparação na Igreja, aproveitando o espaço litúrgico para educar e preparar bem as leituras da missa. A escolha dos leitores é feita pela equipe, entre as crianças que se apresentarem para desempenhar este ministério.
       Como se tratam de ministérios da liturgia (cantores e leitores), devem ser compostos por crianças e jovens que estejam sempre disponíveis e que sua formação e atividade sejam constantes. Nada impede a acolhida de novos membros, desde que sejam orientados pela equipe atuante.
      
       O Grupo de Teatro será composto por crianças e jovens da Catequese, havendo um revezamento entre os centros catequéticos das comunidades. Trata-se de um complemento para a missa. Portanto, não é obrigatório, mas quando houver, que sejam crianças que se tenham comportamento, postura e, acima de tudo, disposição de usar a arte a serviço da liturgia, traduzindo com encenação ou jogral a mensagem da Palavra de Deus para as outras crianças.
       A Catequese também deve divulgar o horário da Missa para maior participação das crianças e jovens, bem como motivar a participação deles nos grupos de liturgia e canto, encaminhando-os para que tenham a devida formação e preparação.
1.      Grupo de Canto, composta pelos cantores e instrumentistas, com a função conduzir e animar os cantos, promovendo a participação do povo, seguindo as orientações da Sagrada Liturgia.
Para não fugir da realidade da comunidade, nem do horário da celebração e seguir as orientações da liturgia, fica definido um esquema “padrão”:
a)      Canto Inicial
b)      Ato Penitencial
c)      Hino de Louvor (exceto Quaresma e Advento)
d)      Salmo de Resposta (só refrão ou inteiro)
e)      Aclamação ao Evangelho
f)       Apresentação das Oferendas
g)      Santo
h)      Amém
i)       Cordeiro de Deus
j)       Comunhão
k)      Canto Final
Para fazer a variação entre os tempos litúrgicos, solenidades e festas, combinando e preparando um dos cantos opcionais, por exemplo:
a)      Procissão da Palavra de Deus
b)      Resposta das Preces da Comunidade
c)      Respostas da Oração Eucarística
d)      Pai Nosso
e)      Abraço da Paz

2.      Grupo de Leitores, composta por 3 leitores:
a)      COMENTARISTA: uma criança ou adolescente responsável pela Leitura das Intenções e do Comentário que motiva a celebração do dia. Na Missa, deverá estar devidamente preparado e não há necessidade de veste litúrgica.
b)      LEITOR: uma criança responsável para proclamar a Leitura da Palavra de Deus, com boa leitura e voz firme. Deverá ser devidamente preparada e usará veste litúrgica própria, pois permanece no presbitério durante toda a celebração.
c)      SALMISTA: Rezado ou cantado da mesa da Palavra por uma criança responsável para proclamar as estrofes (quando só o refrão é cantado) ou devidamente ensaiado com o coral (quando for cantado inteiro). Também usará veste litúrgica própria e permanece no presbitério durante toda a celebração.
d)      PRECISTA: uma criança ou adolescente responsável para fazer a leitura das preces, devidamente preparada e usando veste litúrgica própria. Não se leva as preces para a Mesa da Palavra. Devem estar na Mesa dez minutos antes da celebração começar. Serão no máximo 5 preces e a resposta poderá ou não ser cantada, desde que seja combinada no dia da preparação da missa.

Os três leitores devem acompanhar a Procissão de Entrada e permanecer no presbitério durante toda a celebração. Não farão outra atividade na celebração que não seja esta que eles são os responsáveis; isto para que haja maior concentração na sua função e valorização do seu ministério de leitor da Palavra Sagrada, exceto o Comentarista, que não é um ministério na Liturgia.

3.      Equipe de Teatro, composta por crianças da comunidade, participantes da Catequese, dispostas a explicar a Palavra de Deus em forma de teatro ou jogral, usando criatividade.
O teatro ou jogral não pode fugir da mensagem da Palavra de Deus. O uso de “figuras e símbolos” não pode criar um novo sentido à Palavra de Deus, mas sim, ajudar na sua valorização.
Para isto, a Equipe de Teatro conta como base: O EVANGELHO, A LEITURA E O SALMO DO DIA, e como apoio: textos de encenações de teatro ou jogral que podem ser encontradas em livros próprios.

4.      Por serem equipes formadas por crianças e jovens, devem ser sempre orientadas por adultos e, principalmente, pelas orientações da Igreja (seja no Missal Romano ou nas Orientações da CNBB sobre Missa com Crianças).

OS RITOS DA MISSA
       O Rito Romano é o rito litúrgico oficial, mesmo com a participação das crianças. Muitas delas ainda não comungam da Eucaristia, mas os ritos, cantos e mensagens desta missa devem ser voltados para estas crianças que comungam somente da Palavra de Deus.
       O uso do folheto da missa é recomendável, desde que conste o mínimo dos ritos, cantos, orações e mensagens usadas na missa. Ou seja, o mais importante não será ler o que está no folheto ou roteiro, deixando a missa “automatizada”, mas sim, a participação, a celebração e o incentivo das crianças e jovens para sua criatividade nos diversos momentos.
       A missa deve ser celebrada com o tempo “padrão” de 1 hora de duração. Vale lembrar que, após este horário de missa, existe outro e a próxima equipe também precisa se preparar.

1.      Ritos Iniciais
a)      Procissão de Entrada – os 3 leitores carregam a cruz e as velas na frente da procissão. Seguidos dos  Ministros da Eucaristia, Coroinhas e o Padre. Esta procissão deve estar formada na entrada da Igreja antes da Leitura das Intenções, ou seja, dez minutos antes da celebração. Não se leva folheto nas mãos. Devem ser deixados no banco. Se houver entrada de algum cartaz ou imagem, seja escolhido alguém do povo para conduzi-lo.
b)      Canto inicial, saudação do padre e ato penitencial seguem como de costume.
c)      Hino de Louvor - se o Padre não motivar o canto, a equipe de canto inicia imediatamente após o ato penitencial.

2.      Liturgia da Palavra
a)      Procissão da Palavra de Deus – poderá ser feita, de um jeito simples,  dependendo do conteúdo das leituras na celebração do dia. No mês de setembro, mês da Bíblia, será feita todos os domingos.
b)      Leitura, Salmo, Evangelho – como de costume.
c)      Não ficar lendo no folheto durante a proclamação das leituras.
d)      Homilia e reflexão da Palavra de Deus com as Crianças
PRIMEIRO MOMENTO: o padre poderá chamar as crianças para perto do presbitério para participar da mensagem das crianças. A Equipe de Teatro vai traduzir a Palavra de Deus de um jeito especial para as crianças. Este momento deve ter no máximo 10 minutos. Seja bem preparado e com uma linguagem simples; que seja um momento catequético ‘de criança para criança’ e que seu conteúdo tenha uma mensagem, de acordo com a mensagem da liturgia do dia. Quando não houver esta encenação, a reflexão fica por conta do padre.
SEGUNDO MOMENTO após a encenação, o Padre fará uma breve reflexão da Palavra de Deus dirigindo sua palavra a todos que estão na Igreja – crianças, jovens e adultos. Ele poderá fazer a reflexão da Mesa da Palavra ou descer até a assembléia.
e)      As Preces da Comunidade serão feitas da Mesa da Palavra. Não precisa seguir o folheto “Deus Conosco” (dos adultos). Mas ser as preces forem criadas ou alteradas devem ser digitalizadas. As preces ficam na Mesa da Palavra.

3.      Liturgia Eucarística
a)      Apresentação das Oferendas – As crianças fazem sua procissão para colocarem sua oferta no cofre do Menino Jesus e, nos bancos, o Ofício da Coleta passam as sacolinhas. Quando não for realizada a coleta das crianças com a Imagem do Menino Jesus, que seja feita uma procissão das ofertas com o pão e o vinho.
b)      O Menino Jesus será colocado em uma pequena mesa diante da mesa da comunhão, bem próximo às crianças.
c)      Oração Eucarística – seguindo o folheto da missa, são prioridade as orações compostas para usar na missa com a participação das crianças (Oração Eucarística IX, X ou XI), exceto nas grandes festas e solenidades litúrgicas da Igreja.
d)      No momento da consagração todos que estão no presbitério ficam ajoelhados.

4.      Rito da Comunhão
a)      A motivação para a Oração do Pai nosso deverá ser combinada com o padre antes da missa – mãos dadas, rezado, cantado...
b)      Haverá sempre o momento do abraço da paz. Com ou sem canto, o padre descerá até ao encontro das crianças. Este momento só será omitido quando o horário da celebração exceder o limite, atrapalhando a missa seguinte.
c)      Comunhão – como de costume.

5.      Ritos Finais
d)      Avisos Paroquiais, Canto do “Parabéns” – convidar os aniversariantes da semana, Romeiros, bênçãos especiais...
e)      Bênção Final e Canto Final.

TUDO O QUE FOR COMBINADO E PREPARADO PARA A CELEBRAÇÃO DEVE CONSTAR NO “ROTEIRO” QUE SERÁ ENTREGUE AO PADRE, AOS LEITORES E CANTORES.

Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda de Três Pontas - 2012


ORIENTAÇÕES DO DOCUMENTO 11 DA CNBB
DIRETÓRIO PARA MISSAS COM CRIANÇAS

INTRODUÇÃO
1. A Igreja deve, de modo especial, cuidar das crianças batizadas, cuja iniciação deve ainda ser completada pelos sacramentos da confirmação e da eucaristia, bem como das recém admitidas na sagrada comunhão. Hoje, as circunstâncias em que se desenvolvem as crianças, pouco favorecem ao seu progresso espiritual1. Além disso, os pais, com freqüência, deixam de cumprir as obrigações da educação cristã, contraídas no batismo de seus filhos.

2. Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas sua força pedagógica inata2. Embora já seja lícito, na missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças.
Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam3.

3. A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, "abraçando... abençoava" os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação, entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos4, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizado em Roma no ano de 1967 começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente da liturgia.
Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, usando de palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade, de "elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de selecionar alguns textos mais adequados"5.

4. Depois que a Instrução Geral do Missal Romano restaurado, publicada em 1969, tudo resolveu para a celebração eucarística com o povo, esta Congregação, após considerar os freqüentes pedidos provenientes de todo o orbe católico, começou a preparar um Diretório próprio para as missas com crianças como suplemento desta Instrução, com a colaboração de homens e mulheres peritos de quase todas as nações.

5. Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular6.
As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral.

6.         O Diretório visa as crianças que ainda não atingiram a idade chamada de pré-adolescência. De per si, não se refere às crianças com impedimentos físicos ou mentais, posto que para elas se requer geralmente uma adaptação mais profundas7; contudo, as normas seguintes se podem aplicar também a elas, com as devidas acomodações.

7.         No primeiro capítulo do Diretório (números 8 a 15) estabelece-se como que o fundamento, onde se discorre sobre o variado encaminhamento das crianças para a liturgia eucarística; o outro capítulo trata brevemente do caso de missas com adultos (números 16 e 17) das quais as crianças também participam; finalmente o terceiro capítulo (números 20 a 54) versa mais pormenorizadamente sobre as missas para crianças, das quais somente participam uns poucos adultos.

CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

8.         Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade8.
A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal, e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento.

9.         Portanto, os que têm a seu cargo a educação das crianças, devem envidar todos os esforços para conseguirem tal empenho, a fim de que elas, embora já conscientes de um certo sentido de Deus e das coisas divinas, experimentem, segundo a idade e o progresso pessoal, os valores humanos inseridos na celebração eucarística, tais como: ação comunitária, acolhimento, capacidade de ouvir, bem como a de pedir e dar perdão, ação de graça, percepção das ações simbólicas, da convivência fraterna e da celebração festiva9.
É próprio da catequese eucarística, conforme o n° 12, atualizar tais valores humanos de tal modo que as crianças gradativamente abram o espírito, segundo sua idade, condições psicológicas e sociais, para perceber os valores cristãos e celebrar o mistério do Cristo10.

10. A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos11. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças.
Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos12. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico.
Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças.

11. Ademais, as comunidades cristãs, a que pertence cada uma das famílias ou em que vivem as crianças, têm um dever a cumprir para com as crianças batizadas na Igreja.
A comunidade cristã, apresentando o testemunho do Evangelho, vivendo a caridade fraterna, celebrando ativamente os mistérios do Cristo, é ótima escola de instrução cristã e litúrgica para as crianças que nela vivem.
No seio da comunidade cristã, os padrinhos ou qualquer pessoa zelosa que colabora na educação cristã, movida pelo ardor apostólico, pode proporcionar às famílias um grande auxílio para catequizar devidamente as crianças.
Particularmente os jardins de infância, as escolas católicas, bem como vários outros grupos de crianças se prestam para estes mesmos fins.

12. Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento13, a catequese da missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial14, conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína15. Esta catequese, "bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''16; isto se refere, principalmente, aos textos da própria Prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam.
Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade.

13. Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática.

14. A Palavra de Deus deve ocupar cada vez mais um lugar de destaque nestas celebrações, sempre adaptadas à capacidade das crianças. E ainda mais, segundo a capacidade espiritual, mais freqüentemente façam-se com elas as sagradas celebrações propriamente ditas da Palavra de Deus, principalmente no tempo do advento e da quaresma17. Estas celebrações, junto às crianças, podem favorecer em grande escala o interesse pela Palavra de Deus.

15. Toda formação litúrgico-eucarística, feitas as devidas ressalvas, deve ser sempre orientada para que a vida das crianças corresponda cada vez mais ao Evangelho.

CAPÍTULO II
MISSAS DE ADULTOS, DAS QUAIS TAMBÉM
AS CRIANÇAS PARTICIPAM

16. Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família.
As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a missa, em lugar separado.

17. Entretanto, nas missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da missa, em alguma parte da homilia etc.
Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra.

18. Pode ser de grande utilidade confiar às crianças alguns ofícios nestas missas, como, por exemplo, levar as oferendas, executar um ou dois cantos da missa.

19. Algumas vezes, se são muitas as crianças que participam destas missas, convirá organizá-las de forma mais adequada a elas. Neste caso a homilia será dirigida a elas, porém em forma que seja também proveitosa para os adultos. Além das adaptações previstas no ordinário da missa, podem-se também introduzir nas missas para adultos, com a participação também das crianças, algumas das que se indicarão no capítulo seguinte, se o Bispo permitir.

CAPÍTULO III
MISSAS DE CRIANÇAS, DAS QUAIS SOMENTE
ALGUNS ADULTOS PARTICIPAM
20. Além  das  missas  em   que  tomam  parte  as  crianças junto com seus pais e alguns  familiares, e que nem  sempre  e  nem em qualquer lugar podem ser  realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações  de missas  somente  para    crianças, com a participação  apenas  de  alguns  adultos.  Desde  o  início  da restauração litúrgica18, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas missas, de que se  falará  logo  abaixo  e  de  forma  geral (n.º 38-54).

21. Deve-se ter sempre diante dos olhos que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as missas de adultos, principalmente para a missa dominical, que reúne toda a comunidade cristã19. Portanto, afora as adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do ordinário da missa celebrada com o povo20. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta.

OFÍCIOS E MINISTÉRIOS DA CELEBRAÇÃO
22. Os princípios da participação ativa e consciente valem, de certa maneira, "a fortiori", se as missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem-se ao maior número de crianças, ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. nº. 29), assumir o ofício de cantor (cf. nº. 24), cantar  no  coral,  tocar  algum  instrumento  musical  (cf.  nº. 32), proclamar as leituras (cf. nº. 24 e 47), responder durante a homilia (cf. n.º 48), recitar as intenções da prece dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras ações semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. nº. 34).
Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a ação de graças antes que o sacerdote inicie o diálogo do Prefácio. Em tudo isto leve-se em conta que as ações externas podem tornar-se infrutuosas e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem sua importância nas missas para crianças (cf. nº 37). Atenda-se, com grande cuidado, que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto na comunhão eucarística, na qual o corpo e o sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual21.

23. O sacerdote que celebra a missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa22; pois, mais que nas missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo, atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará expressar-se de tal maneira que o entendam facilmente, evitando, porém, expressões demasiadamente pueris.
As monições facultativas23 hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas.
Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai nosso, ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão.

24. Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária.
Nada impede que um dos adultos que participam da missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero.
Também nas missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária24. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia.

LUGAR E TEMPO DA CELEBRAÇÃO
25. A igreja é o lugar principal para a celebração eucarística com as crianças, porém, escolha-se nela um lugar à parte, se for possível, no qual as crianças, segundo o seu número, possam atuar com liberdade, de acordo com as exigências de uma liturgia viva e adequada à sua idade.
Se a igreja não corresponde a estas exigências, será preferível celebrar a eucaristia com as crianças em outro lugar que seja digno e adapto para a celebração25.

26. Para as missas com as crianças, escolha-se o dia e a hora mais conveniente, segundo as circunstâncias em que vivem, de modo que estejam nas melhores condições para escutar a Palavra de Deus e para celebrar a eucaristia.

27. Durante a semana, as crianças podem participar com maior fruto e menor risco de aborrecimento na celebração da missa, se não se celebra todos os dias (por exemplo, nos internatos); além disso, havendo mais tempo entre uma celebração e outra, pode-se preparar melhor.
Nos demais dias, é preferível uma oração em comum, em que as crianças podem participar com mais espontaneidade, ou uma meditação comunitária, ou uma celebração da Palavra de Deus que prolongue as celebrações eucarísticas anteriores e prepare a celebrar mais profundamente as seguintes.

28. Quando é muito grande o número das crianças que celebram a eucaristia, torna-se mais difícil uma participação atenta e consciente. Por isso, podem-se estabelecer vários grupos, não estritamente segundo a idade, mas levando-se em conta seu nível de formação religiosa e sua preparação catequética.
Durante a semana, será oportuno convidar os diversos grupos, em dias distintos, para a celebração do sacrifício da missa.

PREPARAÇÃO DA CELEBRAÇÃO
29. Toda celebração eucarística com crianças, principalmente no que se refere às orações, cantos, leituras e intenção da prece dos fiéis, deve ser preparada a tempo e com diligência, em diálogo com os adultos e com as crianças que vão exercer algum ministério na celebração. Convém dar às crianças uma participação direta na preparação e ornamentação, tanto do lugar da celebração como dos objetos necessários, tais como o cálice, a patena, as galhetas etc.
Tudo isto contribui, ademais, para fomentar o sentido comunitário da celebração, sem, contudo, dispensar uma justa participação interna.

MÚSICA E CANTO
30. O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma26, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes.
Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas.

31. Para facilitar a participação das crianças no canto do "Glória", "Creio", "Santo" e "Cordeiro de Deus", é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico27.

32. Também nas missas para crianças, "os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade"28, principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus.
Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a missa.
Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos.

OS GESTOS
33. É necessário, nas missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote29, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar de todo o grupo de crianças.
Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instituição Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa30, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas.

34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo.
A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las, sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece31; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças.

ELEMENTOS VISUAIS
35. A própria liturgia da missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da Apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas.
Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração.
Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual.

36. Por esta mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da prece dos fiéis ou para inspirar a meditação.

O SILÊNCIO
37. Também nas missas para crianças o silêncio, como parte da celebração, há de ser guardado a seu tempo"32, para que não se atribua parte excessiva à atividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão33 e depois da homilia), a concentrar-se em si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus em seu coração34.
Além disso, deve-se procurar — precisamente com mais cuidado que nas missas com adultos — que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas.

AS PARTES DA MISSA
38. Respeitando sempre a estrutura geral da missa, que "consta de certa maneira de duas partes, a saber: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, e também de alguns ritos que iniciam e concluem a celebração"35, dentro das diversas partes da celebração parecem necessárias as seguintes adaptações para que as crianças realmente, "por meio dos ritos e das orações", segundo as leis da psicologia da infância, experimentem, à sua maneira, "o mistério da fé"36.

39. A fim de que a missa para crianças não seja demasiadamente diferente da missa com adultos37, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como "as aclamações e respostas dos fiéis as saudações do sacerdote"38, o Pai nosso, a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a missa. Recomenda-se que paulatinamente as crianças vão se acostumando ao Símbolo Niceno-Constantinopolitano, além do uso do Símbolo dos Apóstolos (vide nº. 49).

a) Ritos iniciais
40. Uma vez que o rito inicial da missa tem por finalidade "que os fiéis reunidos constituam uma comunidade e se disponham a ouvir atentamente a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a eucaristia39 deve-se procurar suscitar estas disposições nas crianças, evitando-se a dispersão na multiplicidade dos ritos propostos.
Por isso, é perfeitamente permitido omitir um ou outro elemento do rito inicial, ou talvez desenvolver mais um deles. Porém sempre haja pelo menos um elemento introdutório que seja concluído pela coleta. Na escolha, cuide-se que cada elemento apareça a seu tempo e nenhum seja sempre desprezado.

b) Proclamação e explicação da Palavra de Deus
41. Como as leituras da Sagrada Escritura constituem "a parte principal da liturgia da Palavra"40, nunca pode faltar a leitura da Bíblia mesmo nas missas para crianças.

42. Com relação ao número das leituras para os domingos e dias de festa, devem ser observadas as normas dadas pelas Conferências Episcopais. Se as três ou as duas leituras previstas para os domingos ou dias da semana não podem, senão com dificuldade, ser compreendidas pelas crianças, convém ler somente duas ou uma delas; entretanto, nunca falte a leitura do Evangelho.

43. Se todas as leituras determinadas para o dia não forem adequadas à compreensão das crianças, é permitido escolher as leituras ou a leitura seja do Lecionário do Missal Romano, seja diretamente da Bíblia, mas levando-se em conta os diversos tempos litúrgicos. Recomenda-se, porém, às Conferências Episcopais que elaborem lecionários próprios para as missas com crianças.
Se, por causa da capacidade das crianças, parecer necessário omitir um ou outro versículo da leitura bíblica, far-se-á com cautela e de tal maneira que "não se mutile o sentido do texto ou a mente e o estilo da Escritura''41.

44. Entre os critérios de seleção dos textos bíblicos, há que se pensar mais na qualidade que na quantidade. Uma leitura breve nem sempre é por si mesma a mais adequada à capacidade das crianças do que uma leitura mais prolongada. Tudo depende da utilidade espiritual que a leitura lhes pode proporcionar.

45. Evitem-se as paráfrases da Sagrada Escritura uma vez que no próprio texto bíblico "Deus fala a seu povo... e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis"42. Recomenda-se, entretanto, o uso de versões talvez existentes para a catequese das crianças e que tenham sido aprovadas pela autoridade competente.

46. Entre uma leitura e outra devem-se cantar alguns versículos de salmos escolhidos cuidadosamente para a melhor compreensão das crianças, ou um canto ao estilo dos salmos, ou o "Aleluia" com um verso simples. Porém as crianças sempre devem tomar parte nestes cantos. Nada impede que um silêncio meditativo substitua o canto.
Se for escolhida somente uma única leitura, o canto poderá ser executado depois da homilia.

47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus.
Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras43 e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas.
Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa.

48. Em todas as missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio.

49. Quando ao final da Liturgia da Palavra tem que se dizer o credo, pode-se empregar com as crianças o Símbolo dos Apóstolos, posto que faz parte de sua formação catequética.

c ) Orações presidenciais

50. Para que as crianças possam realmente associar-se ao celebrante nas orações presidenciais, o sacerdote pode escolher os textos mais aptos do Missal Romano, levando em conta, entretanto, o tempo litúrgico.

51. Algumas vezes não basta esta livre escolha, para que as crianças possam considerar as orações como expressão de sua própria vida e de sua experiência religiosa44, pois as orações foram feitas para os fiéis adultos. Neste caso nada impede que se adapte o texto do Missal Romano às necessidades das crianças, respeitando-se, entretanto, sua finalidade e, de certa maneira, sua substância, e evitando-se tudo o que é estranho ao gênero literário de uma oração presidencial, como, por exemplo, exortações moralizantes e formas de falar demasiado pueris.

52. Na eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a Oração Eucarística que é o ponto alto de toda a celebração45. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração46 e da forma como as crianças dela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações.
A própria disposição de ânimo que este ponto central da celebração requer, a tranqüilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies de pão e vinho, no seu oferecimento, na ação de graças por ele, com ele e nele, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo.
Por enquanto, empregar-se-ão somente as quatro Preces Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as missas com crianças.

d) Ritos antes da comunhão

53. Terminada a Prece Eucarística, segue-se sempre o Pai nosso, a fração do pão e o convite para a comunhão47, pois estes elementos são de grande importância na estrutura desta parte da missa.

e) A comunhão e os ritos seguintes

54. Tudo deve desenrolar-se de tal maneira que as crianças já admitidas na eucaristia, devidamente dispostas, com tranqüilidade e recolhimento se acerquem da sagrada mesa e participem plenamente do mistério eucarístico. Se for possível, entoar-se-á um canto adequado às crianças, durante a procissão da comunhão48.
A monição que precede a bênção final49 é muito importante nas missas com crianças, porque elas necessitam que, antes de despedi-las, se lhes dê, em breves palavras, uma certa repetição e aplicação do que ouviram. É sobretudo neste momento que convém fazê-las compreender o nexo entre a liturgia e a vida.
Pelo menos algumas vezes, por ocasião dos tempos litúrgicos e em certos momentos da vida das crianças, o sacerdote utilizará as formas mais ricas de bênção, porém conservando sempre a fórmula trinitária com o sinal da cruz no fim50.

55. Tudo o que contém este Diretório visa a que as crianças, celebrando a eucaristia, sem dificuldade e com alegria, possam ir unidas ao encontro do Cristo e estar com ele diante do Pai51.E assim formadas pela participação consciente e ativa no sacrifício e no banquete eucarístico, aprendam cada vez mais a anunciar o Cristo dentro e fora de sua casa, entre seus familiares e companheiros, vivendo a fé que "opera pela caridade" (Gl 5,6).

Este Diretório, preparado pela Sagrada Congregação para o Culto Divino, foi aprovado e confirmado no dia 22 de outubro de 1973 pelo Sumo Pontífice Paulo VI que ordenou sua publicação.
Da sede da Sagrada Congregação para o Culto Divino, 1º de novembro de 1973, solenidade de Todos os Santos.

Por especial mandato do Sumo Pontífice
JEAN CARDEAL VILLOT
Secretário de Estado
† A. BUGNINI
Arcebispo de Diocleciana
Secretário da S. C. para o Culto Divino